Para que mentir? Dom de Iludir
Para que mentir Não me venha falar na malícia
tu ainda não tens de toda mulher
Esse dom de saber iludir Cada um sabe a dor e a delícia?
Pra quê? Pra que mentir, de ser o que é.
Se não há necessidade Não me olhe como se a polícia
De me trair? andasse atrás de mim.
Pra que mentir Cale a boca, e não cale na boca
Se tu ainda não tens notícia ruim.
A malícia de toda mulher? Você sabe explicar
Pra que mentir, se eu sei Você sabe entender, tudo bem.
Que gostas de outro Você está, você é, você faz.
Que te diz que não te quer? Você quer, você tem.
Pra que mentir tanto assim Você diz a verdade, a verdade
Se tu sabes que eu sei é seu dom de iludir.
Que tu não gostas de mim? Como pode querer que a mulher
Se tu sabes que eu te quero vá viver sem mentir.
Apesar de ser traído
Pelo teu ódio sincero (Caetano Veloso, 1982)
Ou por teu amor fingido?
(Vadico e Noel Rosa, 1934)
O poema-canção Pra que mentir? foi escrito por Noel Rosa em 1934, em parceria com o compositor paulista Osvaldo Glogliano, o Vadico. Caetano, em 1982, compôs Dom de Iludir, estabelecendo uma imaginária correlação dialogal com o poema de Noel.
Mulheres não mentem assim, somos sinceras até demais!?
Podemos até “omitir” alguma coisa, mas geralmente é para nos proteger ou a quem está a nossa volta.
Midia Carvalho 1B
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